A infestação de maruim tem afetado a rotina de diversos moradores em cidades de Santa Catarina. O mosquito, que costuma se proliferar em áreas rurais, se expandiu para as áreas urbanas e levou a cidade de Luiz Alves, no Vale do Itajaí, a decretar situação de emergência.
Conforme o Cigamvali (Consórcio Intermunicipal de Gestão Pública do Vale do Itapocu), na última semana, o Controlador Bioativo do Maruim entrou em fase de pesquisa, para ter sua eficácia comprovada em laboratório.
O consórcio foi iniciado em 2019 pelos municípios de Luiz Alves, Jaraguá, Guaramirim, Corupá, Schroeder, Massaranduba, Barra Velha e São João do Itaperiú, para poder investir em uma pesquisa que buscava encontrar um controle biológico para o mosquito.
A pesquisa teve início em 2007 e ocorreu através de investimentos financeiros realizados pela Amvali (Associação dos Municípios do Vale do Itapocu).
Segundo a Cigamvali, com o avanço da pesquisa criou-se uma fórmula de um defensivo que mostrou eficácia entre 75% e 90% na eliminação do mosquito, combatendo-o na fase de larvas e com a possibilidade de deixar a área tratada livre dele.
Produto terá eficácia estudada após ser aplicado em campo
A proliferação do maruim ocorre da seguinte forma: as fêmeas colocam os ovos em locais úmidos e com bastante matéria orgânica, com isso, as larvas podem se criar em mangues, brejos, pântanos ou matéria orgânica em decomposição.
Em 2020, o Controlador Bioativo do Maruim foi distribuído gratuitamente pela primeira vez para aplicação em propriedades com diversas culturas, como a bananicultura e pecuária.
Conforme o diretor-executivo do Cigamvali, Ronnie Lux, a análise da eficácia do composto em laboratório irá durar aproximadamente três meses. “No início do verão será iniciada a segunda etapa com aplicação em três áreas distintas: bananal, palmital e área urbana”, explicou.
Conforme o consórcio, cada litro do componente precisa ser diluído em 20 litros de água e reaplicado a cada 15 dias, a fim de evitar o desenvolvimento da larva.
Atualmente, Luiz Alves não faz mais parte do Cigamvali, mas a Prefeitura Municipal informou que de forma independente contratou pesquisadores para prosseguir com as pesquisas referente ao Controlador Bioativo do Maruim, afim de fazer novas descobertas e intensificar o uso do produto para conter a proliferação do mosquito.
Maruim pode transmitir doença?
Em entrevista ao Portal ND Mais, o mestre e doutor em parasitologia, Carlos José de Carvalho Pinto, explicou que o mosquito pode transmitir a febre do Oropouche, também conhecida como “febre do maruim”.
“A febre é causada por um vírus que pode ser encontrado em animais silvestres como bicho-preguiça e macacos. Assim, insetos que picam esses animais e picam também o humano podem transmitir esse vírus para as pessoas”, disse.
Carlos ainda explicou que casos da doença são mais comuns no Norte do Brasil e que os sintomas são febre, dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, manchas na pele, náusea e diarreia.