Criança de 4 anos morre na UPA de Divinópolis; pais pedem explicações

Thallya Beatriz, de quatro anos, morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto Cordeiro Martins na sexta-feira (26). Prefeitura divulgou nota de pesar e informativa ainda na sexta-feira. Criança de quatro anos morre na UPA de Divinópolis; mãe cobra explicações
Thallya Beatriz, de quatro anos, morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto Cordeiro Martins, em Divinópolis, na sexta-feira (26).
Em entrevista à TV Integração, os pais Paulo Henrique e Juliana da Silva falaram sobre as últimas horas e pediram explicações sobre o óbito da filha na unidade. A Prefeitura divulgou uma Nota de pesar e informativa sobre o caso ainda na noite de sexta-feira (26).
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Na entrevista, a mãe de Thallya Beatriz contou que esteve na UPA com a filha na última quarta-feira (24). “Ela chegou com dor na perna, não tinha febre, não tinha mais nada. Era só dor na perna e um inchaço no olho”, disse a mãe.
Ainda na quarta-feira, segundo a mãe, a menina passou por exames de urina e de dengue na UPA. “Assim que o exame ficou pronto, eu voltei para a sala. Aí ela (médica) me tratou melhor e disse que estava tudo bem nos exames, que não deu nada, mas disse para tirar um raio-x. Foi feito o raio-x e ela passou soro e dipirona na veia. Depois, voltei e ela disse que não tinha nada, que podia ir embora. Se minha filha não tinha nada, porque ela passou a amoxicilina?”, contou Juliana da Silva.
A mãe retornou à UPA com a filha na sexta-feira. “Ela tava suando, suando, suando. Tomou banho em casa e arrumei o cabelinho dela. Fui para UPA. Na hora da triagem, eles mediram a saturação dela. Eu eu perguntei se a saturação dela estava boa e falaram que estava. Mediu ela e estava com 35º, não estava com febre. Minha filha não estava convulsionando. Tirou a glicose dela, e perguntei e estava boa a glicose. Na hora que eu saí da sala, que eu sentei com a minha filha, ela foi sumindo. Eu corri, eles mandaram voltar para a sala da triagem, aí eu corri com ela lá pra dentro, que eles viram. Aí minha filha estava tendo parada e entrou todo mundo. Daí minha filha não saiu mais, saiu morta”, disse Juliana da Silva.
Na nota, a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), informou que, no início da noite desta sexta-feira (26), a “criança deu entrada na UPA com quadro convulsivo e febril, tendo, infelizmente, evoluído para óbito”.
Ainda segundo a nota, o Ibrapp, gestor da UPA, esclareceu “que a criança foi atendida na unidade de pediatria 15 (quinze) minutos após sua chegada na unidade. Durante o atendimento a criança foi encaminhada para o setor de emergência, tendo sido assistida pelos pediatras da unidade e por outros profissionais médicos que também colaboraram no atendimento”.
O Ibrapp também informou que a criança teve passagem anterior pela unidade, com registro de realização de vários exames solicitados pela profissional pediatra, sem que os mesmos tenham apresentando qualquer alteração. No entanto, a Semusa está analisando a ocorrência para melhor entendimento do caso.
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Situação da saúde pública em Divinópolis
Na nota divulgada na noite de sexta-feira, a Prefeitura também informou “que, diante da gravíssima situação instalada em toda a macrorregião de saúde, acionou os hospitais da rede privada para verificar a disponibilidade de leitos, para procedermos a compra de serviços para atendimento emergencial das crianças divinopolitanas”.
Neste sábado (27), conforme dados divulgados pelo Ibrapp, a UPA está com 50 pacientes aguardando vaga hospitalar, sendo 15 deles pediátricos. Nas últimas 24 horas, foram 729 atendimentos no total, sendo 147 deles de pediatria.
Também neste sábado, em entrevista ao MG1 (vídeo acima), a vice-prefeita Janete Aparecida falou sobre a situação na saúde pública da cidade. “Essa crise que estamos vivendo nesse momento não é muito diferente dos outros anos. O que precisa ter é a mudança de visão. Hoje, nós estamos vivendo uma situação tão difícil, porque a UPA acaba fazendo algo que não é dela. A internação e o cuidado deveriam ser de 24 horas, mas acaba tendo pessoas lá dentro há 10,15, 20 dias, funcionando como um hospital”, declarou a vice-prefeita.
A vice-prefeita disse ainda que espera apoio dos governos Estadual e Federal para que seja montado imediatamente um hospital de campanha na cidade. Ela também disse que três hospitais particulares já responderam ao Executivo que não têm leitos infantis disponíveis.
Janete Aparecida revelou que um ambulatório infantil será aberto na próxima semana na Policlínica.
Ainda segundo ela, um reunião está prevista para ocorrer na segunda-feira (29) na Superintendência Regional de Saúde.
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