Atualmente, a compreensão da liberdade sexual é cada vez mais embasada por uma perspectiva científica, considerando fatores psicológicos, sociais e culturais.
Na Declaração dos Direitos Sexuais, promulgada pela Associação Mundial para a Saúde Sexual (WAS) ratifica que os direitos sexuais são direitos humanos referentes à sexualidade humana e à saúde sexual.
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E, em relação à liberdade sexual, a Declaração afirma o direito à liberdade de pensamento, opinião e expressão, ressaltando que todas as pessoas tem o direito de expressar plenamente sua própria sexualidade, seja através da aparência, comunicação ou comportamento.
Esse direito deve ser exercido de forma respeitosa levando em consideração os direitos e limites dos outros. É o que diz a World Association for Sexual Health.
Assim, uma abordagem baseada em evidências científicas para a liberdade sexual enfatiza o respeito pela diversidade, consentimento mútuo, acesso à educação sexual abrangente e direitos reprodutivos, bem como o combate ao estigma e à discriminação.
A ciência reconhece que a sexualidade humana é diversa e pode se manifestar de diversas maneiras, incluindo diferentes orientações afetivo-sexuais, identidades de gênero e expressões de sexualidade.
Estudos mostram que a orientação afetivo-sexual e a identidade de gênero não são escolhas, mas características naturais e intrínsecas de cada indivíduo.
O conhecimento é crucial para combater o estigma e a discriminação relacionados à sexualidade, gênero e identidade. Por exemplo, pesquisas revelam que o estigma social pode ter efeitos adversos na saúde sexual e no bem-estar das pessoas, incluindo maior risco de depressão, ansiedade e comportamentos de risco.
Trago novamente a noção de consentimento, agora enquanto fundamental para a liberdade sexual. E destaco a importância do consentimento mútuo, livre e informado em todas as interações sexuais.
Isso envolve entender e respeitar os limites e desejos da parceria, garantindo que todas as partes envolvidas estejam confortáveis e dispostas a participar da atividade sexual.
A educação sexual abrangente, que inclui informações sobre anatomia, fisiologia, contracepção, prevenção de IST’s (Infecções Sexualmente Transmissíveis), consentimento e relacionamentos saudáveis está associada a comportamentos sexuais mais seguros, redução de gestações indesejadas e maior bem-estar sexual.
O acesso universal aos direitos reprodutivos, incluindo o acesso à contracepção, cuidados de saúde sexual e reprodutiva e educação sexual. É sabido que políticas que garantem esses direitos estão associadas a melhores resultados de saúde para indivíduos e comunidades.
Estes princípios são fundamentais para promover uma sexualidade saudável, segura e satisfatória para todas as pessoas, garantindo, assim, a liberdade sexual.
E como fica então a liberdade sexual das mulheres?
A liberdade sexual das mulheres não deve ser confundida com libertinagem. Liberdade sexual diz respeito à capacidade de uma pessoa fazer escolhas autônomas e conscientes sobre sua sexualidade, incluindo expressões, práticas sexuais e relacionamentos.
Isso envolve a capacidade de consentir, de forma livre e informada, em atividades sexuais e de buscar relacionamentos íntimos de acordo com suas próprias preferências e desejos.
Por outro lado, a libertinagem carrega consigo a conotação de comportamento promíscuo, sem restrições ou responsabilidade. Enquanto a liberdade sexual respeita os direitos e limites dos outros, a libertinagem pode ignorá-los.
Finalizo nossa reflexão sobre liberdade sexual ressaltando que é importante não confundir a busca pela liberdade sexual com a promiscuidade.
Uma mulher ou qualquer pessoa pode escolher ser sexualmente ativa e explorar sua sexualidade de maneira saudável e responsável, sem ser considerada libertina.
O que importa é que suas decisões sejam pautadas em consentimento mútuo, respeito e segurança emocional e física. Vamos juntas pela saúde sexual e cultura do prazer com proteção e responsabilidade!