5 músicas para entender por que ‘Funk Generation’ é o melhor trabalho da carreira de Anitta


Após anos de pop latino sem identidade, cantora lançou nesta sexta (26) disco ambicioso de funk, com proibidões, batidas cruas e time dos sonhos de produtores; veja análise do g1. Por que ‘Funk Generation’ é o melhor álbum da carreira de Anitta
Quem se acostumou com a imagem inofensiva de uma Anitta tentando fazer sucesso no exterior pode se surpreender com ela, agora, rimando e cantando proibidões em cima das batidas agressivas de seu novo álbum, “Funk Generation”. O trabalho, lançado nesta sexta-feira (26), é o melhor e mais original da carreira da artista.
No VÍDEO acima, o g1 analisa o novo disco de Anitta, “Funk Generation”; assista.
Nos últimos anos, no esforço para pavimentar seu caminho fora do Brasil, a cantora carioca se manteve próxima de um pop latino sem identidade. E não dá para negar que músicas como “Downtown” (com J Balvin), “Envolver” (levada ao 1º lugar da parada mundial) e Bellakeo (outro hit global, dessa vez com Peso Pluma) foram decisivas para consolidar seu nome no exterior.
Os tempos de reggaeton talvez tenham sido o preço que Anitta pagou para conquistar mais liberdade criativa no mercado internacional e, após mais de 20 de carreira, lançar um verdadeiro — e ambicioso — álbum de funk.
Capa do álbum ‘Funk generation’, de Anitta
Richie Talboy com arte de Frank Fernandez
Abaixo, entenda em 5 músicas a nova fase da carreira da cantora
‘Grip’
O “Funk Generation” é construído a partir da nostalgia da MC Anitta, como a artista era chamada na época do Furacão 2000. Em 2010, Anitta foi contratada pela emblemática produtora de funk carioca depois de ser vista cantando num vídeo na internet.
Anitta em show no Furacão 2000
Reprodução/Twitter/Arielle Macedo
“Grip”, faixa que ganhou clipe no mesmo dia de lançamento do álbum, evoca as batidas da primeira década dos anos 2000, mesclando o funk tamborzão com guitarras e gemidos.
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Mas esse não é um disco preso ao passado. Pelo contrário: as influências nostálgicas são encaixadas em levadas bem atuais do pop latino e norte-americano. O resultado é um som que pode ditar o futuro do funk mais comercial e internacional.
‘Sabana’
Pela primeira vez desde que virou uma super estrela, Anitta faz jus às raízes e lança músicas que se conectam com o que, de fato, toca nos bailes funk. Não só do Rio. Na festa de referências do “Funk Generation”, também tem espaço para o ritmo que é produzido em São Paulo e em Minas Gerais.
“Sabana” tem sample de “Pelada”, do goiano MC Jacaré, e batida centrada no funk mineiro. A vertente, nascida numa cena bem menos prestigiada que a de São Paulo e do Rio, hoje renova o gênero no Brasil em hits de MC Rick, MC Anjim, MC Zaquin, DJ WS da Igrejinha e outros.
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‘Aceita’
Para criar o “Funk Generation”, Anitta juntou um time dos sonhos de compositores e produtores brasileiros e estrangeiros. Nos créditos aparecem nomes como:
Gabriel do Borel, um dos mais requisitados DJs de funk do Brasil;
O coletivo Brabo Music, de Zebu, Maffalda, Pablo Bispo e Rodrigo Gorky;
Os DJs do Tropkillaz: Zegon e Laudz;
Integrantes do time de produção do sueco Max Martin;
O DJ e produtor americano Diplo.
Diplo no Grammy 2022
Angela Weiss/AFP
Tem gente que trabalhou com Justin Bieber, Dua Lipa e Taylor Swift. Mas também parceiros do Planet Hemp, Ludmilla, Pabllo Vittar, MC Poze do Rodo, entre vários outros.
“Aceita” é uma das faixas que nasceram da mistura de referências brasileiras e gringas, com a produção de Diplo e uma batida feita do cruzamento entre funk, reggaeton e música sul-africana.
Enquanto brilha na melodia, a música evidencia uma das fragilidades do álbum: as letras de autoafirmação, que algumas vezes se tornam repetitivas em meio às 15 faixas. Nessa, que mescla inglês e espanhol, a cantora faz referência à sua passagem pelo festival americano Coachella em 2022.
Anitta durante apresentação no Coachella 2022, em Indio, Califórnia
Amy Harris/Invision/AP
‘Ahi’
“Ahi” é uma especulada colaboração de Anitta com Sam Smith. Em fevereiro deste ano, a cantora chegou a anunciar nas redes sociais que o lançamento da faixa havia sido cancelado por Sam. Depois, ela voltou atrás.
Ainda bem! Embora não brilhe tanto quanto outras, a música, um funk acelerado aos 150 bpm, pode ser crucial para habituar ouvidos americanos ao ritmo brasileiro.
Sam Smith canta em show no Lollapalooza 2019
Fábio Tito/G1
‘Savage Funk’
Depois da última música, a melódica “Mil Veces”, a impressão deixada pelo “Funk Generation” é de que seus melhores momentos surgem quando Anitta se entrega sem medo às raízes. É o que acontece em “Savage Funk”, de batida crua, com frases em inglês e palavrões em português martelados sobre o tamborzão.
Provocante e animada, a faixa tem enorme potencial para performances ao vivo. Certamente será o maior trunfo da turnê do “Funk Generation” dentro e fora do Brasil.
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