Policial militar vira réu por morte de idosa durante operação no Morro do Turano


Severina da Silva Nunes, 63 anos, estava tomando café na calçada, quando os agentes chegaram atirando na comunidade. Policiais disseram que foram atacados a tiros. Severina foi atingida por tiro durante confronto no Morro do Turano
Reprodução
Um policial militar virou réu pela morte de uma idosa durante uma operação no Morro do Turano, na Zona Norte do Rio, em junho de 2023.
Severina da Silva Nunes, de 63 anos, e uma vizinha saíram de casa e pararam em um bar para tomar café. Minutos depois, elas ouviram sons de tiros, e uma das balas acertou a idosa no ombro. Ela chegou a ser levada para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, mas não resistiu.
Na época, o policial Wesley Pereira de Lima Nascimento era lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Turano.
A denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) foi distribuída, na quinta-feira (25), para o IV Tribunal do Júri da Capital.
No documento, o promotor de Justiça Alexandre Themístocles destaca que o policial colocou o seu fuzil pela janela da viatura e, “mesmo na ausência de qualquer situação de risco à vida ou à integridade física dos policiais ou de terceiros, de modo irrazoável e desproporcional, abriu fogo na direção do alto do morro.”
O promotor diz ainda que o agente sabia que na localidade havia inocentes e pediu a suspensão do exercício da função do PM, que foi aceita pela Justiça.
Os estilhaços da bala também acertaram Kecia Souza Silva, de 30 anos, a vizinha da idosa. Kecia, que estava grávida, foi ferida na cabeça, mas sobreviveu. O processo referente a esse crime foi encaminhado para a Auditoria da Justiça Militar.
Em nota divulgada na época, a PM informou que equipes da UPP Turano foram atacadas por criminosos armados durante um policiamento na comunidade. A PM disse ainda que determinou a instauração de um procedimento para apurar as circunstâncias da morte de Severina.
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