PM desaparecido no litoral de SP foi ‘executado covardemente’, diz delegado; entenda


Soldado Luca Romano Angerami foi visto pela última vez em um ponto de tráfico de drogas em Guarujá (SP), no dia 14 de abril. Buscas pelo paradeiro da vítima continuam nesta sexta-feira (26). PM Luca Romano Angerami desapareceu em Guarujá, no litoral de São Paulo
Reprodução
O delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, no litoral de São Paulo, afirmou que o soldado da PM Luca Romano Angerami “foi executado covardemente por criminosos”. O agente desapareceu em 14 de abril, em Guarujá (SP). A polícia já encontrou seis corpos durante buscas pela Baixada Santista. A morte do PM ainda não foi confirmada oficialmente pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
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O PM Luca, de 21 anos, foi visto pela última vez em uma adega e depois em um ponto de tráfico de drogas na comunidade Santo Antônio, em Guarujá. O delegado Fabiano Barbeiro falou sobre morte do PM, nesta quinta-feira (25), em entrevista ao repórter Matheus Croce, da TV Tribuna, afiliada da Globo.
“Ele foi executado covardemente por criminosos, integrantes do PCC [organização criminosa], que atuam na região no tráfico de drogas, e mataram o policial. E decidiram matar esse policial pelo simples fato de ele ser policial. Então, um ato covarde desses criminosos”, disse o delegado.
Polícia encontra seis corpos durante buscas por PM desaparecido em Guarujá, SP
‘Desova’
Barbeiro explicou que, até a última quinta-feira, a equipe contou com um cão farejador especializado em encontrar pessoas vivas. Sem avanços, no entanto, a polícia passa a utilizar os serviços de um animal um especializado em achar corpos nesta sexta-feira.
“Se houve a morte, realmente, naquele local, a partir daí, e é o que nós faremos amanhã [sexta-feira], nós precisamos empregar um outro tipo de cachorro, que é aquele especializado na localização de material em decomposição”, afirmou.
Com ajuda do cão farejador utilizado até então, foi possível delimitar ainda mais a área de buscas na Vila Baiana, comunidade onde a polícia acredita estar Luca. Segundo Barbeiro, um dos investigados chegou a acompanhar os agentes e mostrar o local que o PM teria ido ainda vivo.
“Nesse período de 10, 11 dias de buscas, já foram encontrados seis corpos nesse local. Nós fizemos buscas em outros locais, também, mas a investigação acabou nos dando a certeza de que a desova do corpo foi lá”, disse o delegado.
Corpos encontrados
Robô aquático é usado para investigar sumiço do PM Luca Romano Angerami
Redes sociais/COE e Reprodução
Até a última atualização da reportagem, a polícia havia localizado seis corpos, que não seriam do policial desaparecido.
Na terça-feira (16), as polícias Civil e Militar receberam denúncias de que Luca havia sido morto e deixado na comunidade Pantanal, em Guarujá. No local, os agentes encontraram um corpo em uma cova rasa e com roupas semelhantes às usadas pelo PM no dia em que ele sumiu. O cadáver estava em uma área de mata e, segundo a polícia, não era do agente.
Já na segunda-feira (22), os agentes encontraram duas ossadas humanas na comunidade Vila Baiana. Na última quarta-feira (24), por volta de 16h, a PM localizou mais três corpos enterrados na mesma localidade. A TV Tribuna, emissora afiliada à Globo, apurou junto à polícia no local que dois dos corpos encontrados já eram considerados ossadas, enquanto o terceiro estava em estado de decomposição.
Prisões
Na noite de domingo (14), mesmo dia do desaparecimento, um homem identificado como Edivaldo Aragão, de 36 anos, foi preso por ser suspeito de participar do suposto assassinato de Luca. Ele foi abordado por policiais militares na Rua das Magnólias, próximo à adega.
Na noite de quinta-feira (18), Carlos Vinicius Santos da Silva, de 26 anos, foi preso na Avenida das Acácias. Uma equipe da Polícia Militar leu mensagens em um celular que comprovaram a participação dele no crime. É ele quem aparece ao lado do soldado da PM na biqueira da comunidade Santo Antônio, a última imagem que se tem de Luca.
Polícia prende seis suspeitos de envolvimento no sequestro do soldado Luca da PM
Depois que Carlos Vinicius foi detido, a polícia identificou mais suspeitos envolvidos, com base no depoimento e mensagens. Na sexta-feira (19), quatro foram presos. Cada um teria uma responsabilidade: um teria ficado com a arma de Luca; outro seria o dono da biqueira; um suspeito de abandonar o carro, e outro dirigido com o PM até a comunidade.
Segundo o g1 apurou, um sétimo suspeito, conhecido como “Caga”, se apresentou espontaneamente na Divisão de Homicídios de Santos na última segunda-feira (22).
SSP-SP
Procurada sobre a afirmação envolvendo a morte do PM, a SSP-SP se limitou a dizer que o desaparecimento segue em investigação pela Polícia Civil com apoio da Polícia Militar.
Policiais civis da 3° Delegacia de Homicídios do Deinter 6 localizaram, na tarde de quarta-feira (24), um barraco na rua Argentina, no Guarujá, onde o soldado teria sido mantido. “Diligências prosseguem para esclarecer os fatos e localizar o policial”, afirmou em nota.
Desaparecimento
Câmeras de adega mostram última imagens de PM antes de desaparecer no litoral de SP
Luca Romano Angerami, soldado da PM de 21 anos, desapareceu em Guarujá (SP), após ser filmado bebendo com amigos em uma adega (assista acima). Luca é morador de Santos (SP), mas trabalha no 3º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) em São Paulo.
De acordo com a SSP-SP, o carro dele foi encontrado abandonado na Rodovia Cônego Domênico Rangoni, na mesma cidade, na manhã do dia 14 de abril. A PM informou à equipe de reportagem que a chave do veículo estava em cima do porta-malas.
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