Masp será restaurado pela 1ª vez; obras não afetam a visitação


Além do vão, o projeto de preservação do edifício prevê a restauração e a repintura dos pilares e vigas externas do museu. A tradicional feira de antiguidades será removida temporariamente. Movimentação de pessoas em frente ao MASP, na Avenida Paulista nesta tarde de domingo (13 de março), em São Paulo
BRUNO FERNANDES/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
O Museu de Artes de São Paulo (MASP) será restaurado pela primeira vez desde a inauguração do prédio, em 1968. As obras estão previstas para começar nesta segunda-feira (22) e a tradicional feira de antiguidades, que ocorre no vão do local, será removida temporariamente.
Mesmo com as obras, somente o vão será interditado pelos próximos meses para vistoria e restauração da laje. O Masp continuará aberto para visitação.
Além do vão, o projeto de preservação do edifício prevê a restauração e a repintura dos pilares e vigas externas do museu.
A previsão inicial da Prefeitura de São Paulo é que a obra dure mais de 6 meses.
“A gente vai ter um prédio lindo, com a aparência renovada. Sempre respeitando a arquitetura original. A referência é o que foi concebido em 68, mas as marcas do tempo continuam, ela é uma jovem senhora com algumas ruguinhas”, afirma Miriam Elwing, gerente de Projetos e Arquitetura do MASP.
Projeto do Masp
No local onde atualmente fica o Masp, antes da construção, existia o Belvedere Trianon – um espaço destinado para festas e bailes e que tinha uma enorme cobertura com vista para a Avenida Nove de Julho e o Centro da cidade.
O Belvedere Trianon, foi demolido para levantar um pavilhão que sediaria a 1ª Bienal de Arte de São Paulo. O terreno onde ficava esse espaço teria sido doado para a prefeitura da capital. Inicialmente, sustentava a tese de que por testamento, foi exigido pelo doador de que qualquer construção que fosse levantada no local, precisaria ter vista para o Centro da cidade.
Antes de ter sede na Avenida Paulista, o Masp ficava na Rua 7 de Abril, no Centro da cidade.
A arquiteta Lina Bo Bardi, que chegou ao Brasil em 1946, se interessou pela nova sede e, entregou um projeto para o administrador do museu na época, já mantendo a exigência de deixar o Masp com uma vista para o Centro. A exigência da vista para o Centro, pode ter sido inventada para aprovar o vão.
A tese é do historiador italiano e especialista em arquitetura brasileira, Daniele Pisani, que em 2019, publicou um livro alegado que a exigência teria sido inventada por Lina e Pietro Maria Bardi (marido de Lina).
O que previa o projeto?
Lina apresentou diversos projetos, mas o final previa um museu flutuante, elevado com uma caixa suspensa de vidro e concreto, separado pelo vão para dar vista para o Centro da cidade, e níveis abaixo que – sendo visto da Avenida Paulista – ficam subterrâneo.
A região onde fica o Masp, está a 860 metros de altitude, permitindo uma facilidade para enfrentar desafios estruturais de uma obra com um vão extenso.
Um outro fator é que o território brasileiro não corre risco de abalos sísmicos significativos, ou seja, o Masp precisa de condições para ficar equilibrado.
O terreno do Masp também tem uma topografia irregular, apresentando um desnível entre a Avenida Paulista e a Rua Carlos Comenale.
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