Haddad e Campos Neto participam de reunião de ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G20, em Washington


O presidente do Banco Central brasileiro disse que espera juros altos no planeta por mais tempo. Haddad e Campos Neto participam de reunião de ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G20, em Washington
Jornal Nacional/Reprodução
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participaram nesta quinta-feira (18), em Washington, da reunião de ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G20 – o grupo das 20 maiores economias do mundo.
O Brasil preside o G20 em 2024 e vai sediar a cúpula de lideres do grupo, no Rio de Janeiro, em novembro. O foco da reunião foi a reforma de instituições financeiras multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial.
Em uma entrevista depois do encontro, o ministro da Fazenda, avaliou que a inflação americana, mais alta do que o esperado, afastou a hipótese de queda dos juros nos Estados Unidos no primeiro semestre de 2024.
“Quando o mercado aposta forte, qualquer reversão de expectativa machuca muito o investidor. O mercado está muito comprado na tese de que de fato, em algum momento no primeiro semestre desde o final do ano passado, o ciclo de cortes do Fed ia ter inicio. Quando vem o susto de março, houve uma reversão drástica de expectativas e isso mudou muito os humores em relação a como vão se comportar variáveis macroeconômicas mundo afora. É um momento agora em que essas placas tectônicas estão se acomodando e nós temos que ter um pouco cautela para saber onde isso vai parar”, diz Haddad.
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que espera juros altos no planeta por mais tempo.
“O que nós vimos é que de fato esse processo de desinflação foi reprecificado e agora a gente passa a uma fase de probabilidade maior de taxa de juros maior por mais tempo. A gente também vem alertando que a dívida do mundo desenvolvido cresceu muito. O mundo desenvolvido gastou mais ou menos 24% do PIB durante a pandemia, é mais do que o dobro do mundo emergente que gastou 10%. O que a gente vem tentando deixar claro para o mercado é que quanto mais transparência você tem no processo de condução da política monetária e menos ruído você tem, maior é a eficiência do canal de transmissão”, afirma Campos Neto.
Fernando haddad antecipou para esta quinta-feira (18) à noite a volta de Washington para o Brasil. O Ministério da Fazenda disse que a mudança de planos ocorreu por causa das agendas econômica e política.
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