Carro que matou um motorista de aplicativo em São Paulo estava a 156 km/h, aponta laudo da Polícia Científica


A velocidade permita no local em que ocorreu a batida é de 50 km/h. Carro que matou um motorista de aplicativo em São Paulo estava a 156 km/h, aponta laudo
Reprodução/TV Globo
A perícia concluiu que o carro que matou um motorista de aplicativo em São Paulo estava a mais de 150 km/h. Três vezes acima da velocidade permitida.
As imagens das câmeras de segurança ajudaram os peritos a responder a uma das principais dúvidas da investigação. O laudo do Instituto de Criminalística de São Paulo afirma que, antes da batida, o carro esportivo chegou a 156,4 km/h. E que, no momento da colisão, a velocidade era de 114,8 km/h.
O acidente foi na madrugada do dia 31 março, numa das principais avenidas da Zona Leste de São Paulo, onde a velocidade máxima permitida é de 50 km/h.
Carro que matou um motorista de aplicativo em São Paulo estava a 156 km/h, aponta laudo da Polícia Científica
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Para chegar a essas conclusões, os peritos usaram programas de computador de última geração, que fornecem informações precisas sobre o local e a dinâmica do acidente, como explica a perita criminal Karin Kawakami.
“Dependendo da velocidade, você tem um tempo de reação, você consegue responder alguns quesitos em temos se teria distância para frear, o veículo freou, se freou, ele deixou marcas, o cálculo das marcas condiz com que foi estimado na velocidade, então é mais um elemento probatório do fato”, explicou a perita.
O acidente matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos.
De acordo com a perícia, o carro que Ornaldo dirigia estava a 40 km/h em um trecho da avenida. E a 38,3 km/h ao ser atingido na traseira pelo carro do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos.
Ele responde em liberdade por três crimes: homicídio com dolo eventual – porque, na visão da polícia, assumiu o risco de matar; lesão corporal, por ter ferido um amigo que estava no banco do passageiro; e fuga do local do acidente.
Nesta terça-feira (23), a Secretaria da Segurança Pública afirmou que analisou as imagens das câmeras corporais dos policiais militares que atenderam a ocorrência e que eles erraram ao não submeter o empresário ao teste do bafômetro.
Testemunhas afirmam que Fernando bebeu antes de dirigir. Ele nega.
Na próxima quinta-feira (25), peritos vão fazer a reconstituição do acidente. E mais uma vez contarão com a ajuda da tecnologia.
Um scanner que começou a ser usado em 2020 revolucionou o trabalho da perícia aqui em São Paulo. O equipamento emite um feixe de laser e tem ainda três câmeras, que tiram fotos em 360 graus. As imagens captadas aparecem em um tablet e permitem a visualização de detalhes fundamentais para o esclarecimento de um caso.
“Quando a gente tem elementos gráficos, torna mais fácil de entender um laudo, então hoje a tendência é essa digitalização, é essa imortalização do local. Uma outra coisa que esse escaneamento traz para a gente é ter um campo de prova, então aa gente consegue testar todas as hipóteses possíveis”, afirmou a perita.
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