Tumor no esôfago: entenda o diagnóstico do ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica

Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, revelou nesta segunda-feira (29) que recebeu o diagnóstico de um tumor no esôfago. O anúncio feito em coletiva de imprensa foi compartilhado no perfil de Pepe na internet.

Pepe Mujica - Foto mostra idoso branco de cabelos grisalhos usando blazer azul e camisa social listrada

Pepe Mujica revelou diagnóstico de tumor no esôfago em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (29) – Foto: Instagram/Reprodução/ND

Pepe Mujica revelou diagnóstico de tumor no esôfago

O ex-presidente uruguaio, de 88 anos, não explicou como vai funcionar o tratamento para o tumor no esôfago, mas afirmou que seu caso é “duplamente complexo” já que ele também possui uma doença imunológica diagnosticada há mais de 20 anos.

“Enquanto isso, enquanto eu puder, vou continuar militando com meus companheiros, fiel ao meu jeito de pensar”, disse Pepe Mujica em publicação compartilhada na internet.

Foto mostra homem branco idoso, de cabelos grisalhos, usando casaco de zíper e cercado de flores amarelas. A pessoa em questão é o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica

Pepe tem 88 anos e já tinha diagnóstico de uma doença que afeta sua imunidade há pelo menos 20 anos – Foto: Instagram/Reprodução/ND

Após o comunicado de Pepe Mujica à imprensa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou uma mensagem de solidariedade ao uruguaio na internet e desejou “carinho e força” durante o tratamento.

Como se formam os tumores no esôfago?

O esôfago é o órgão responsável por encaminhar o alimento ingerido até o estômago. A irritação crônica causada nesse órgão pode provocar mudança nas células que revestem o esôfago e facilitar o surgimento dos tumores, especialmente os malignos.

Hábitos que aumentam o risco, segundo especialistas

De acordo com o MS (Ministério da Saúde) alguns hábitos e condições de saúde preexistentes podem aumentar o risco para o desenvolvimento de tumores e até câncer no esôfago, como:

  • O consumo frequente de bebidas muito quentes, em temperatura de 65ºC ou mais, pode levar ao câncer de esôfago. No Brasil, em algumas regiões é comum o consumo do chimarrão.
  • O consumo de bebidas alcoólicas pode causar câncer de esôfago, não havendo níveis seguros de ingestão. É importante destacar que, não só o consumo regular, como também o consumo excessivo e esporádico de qualquer tipo de bebida alcóolica.
  • Excesso de gordura corporal (sobrepeso e obesidade). O referido excesso também facilita o desenvolvimento da doença do refluxo gastroesofagiano (DRGE), importante fator de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer.
  • O tabagismo isoladamente é responsável por 25% dos casos de câncer de esôfago. O risco aumenta rapidamente com a quantidade de cigarros consumida. Mesmo as pessoas que já fumaram, mas interromperam, possuem risco aumentado de desenvolver este câncer quando comparadas aos que nunca fumaram.
  • História pessoal de câncer de cabeça, pescoço ou pulmão.
  • Infecção pelo Papilomavírus humano (HPV).
  • Tilose (espessamento da pele nas palmas das mãos e na planta dos pés), acalasia (falta de relaxamento do esfíncter entre o esôfago e o estômago), esôfago de Barrett (crescimento anormal de células do tipo colunar para dentro do esôfago), lesões cáusticas (queimaduras) no esôfago e Síndrome de Plummer-Vinson (deficiência de ferro).
  • Exposição a poeiras da construção civil, de carvão e de metal, vapores de combustíveis fósseis, óleo mineral, herbicidas, radiação (X e gama), ácido sulfúrico e negro de fumo. As indústrias onde há maior risco de exposição a tais agentes são as da construção civil, metalúrgica, de couro, de manufatura da borracha, mineração e agricultura.

Sinais, sintomas e tratamento

Na fase inicial, o tumor no esôfago costuma não apresentar sintomas, já em fases mais avançadas os pacientes podem ter:

  • Dificuldade para engolir (disfagia);
  • Dor retroesternal (atrás do osso do meio do peito);
  • Dor toráxica;
  • Sensação de obstrução durante a passagem do alimento;
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Perda de apetite e, consequentemente, perda de peso.

O tratamento pode variar de acordo com a situação de cada paciente, mas pode ser feito com cirurgia, radioterapia e quimioterapia – de forma isolada ou combinada.

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