São Carlos tem fila de mais de 10 pessoas à espera de vaga para internação


Algumas pessoas estão em estado grave e esperam dias por vaga. Secretaria Estadual de Saúde nega que haja superlotação nos hospitais. Onze pessoas esperam por um leito de intenação pelo SUS nas UPAs em São Carlos
Sem vagas na Santa Casa e Hospital Universitário, pacientes de São Carlos têm ficando nas UPAs, que não tem estrutura adequada para atendimento. Na quarta-feira (1º), a fila de espera por uma vaga de internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) era de 11 pessoas. Cinco desses pacientes estão na UPA da Vila Prado, quatro na UPA do Santa Felícia e dois na UPA do Cidade Aracy.
Os casos são os mais variados e alguns são bastante graves, como o do pai da tosadora Tamires Ferreira Merlo, que tem 51 anos e há seis meses tem sido sistematicamente atendido e liberado na UPA do Santa Felícia. Agora, o quadro se agravou bastante e ele está com febre alta e escarrando sangue na UPA deste a noite de terça-feira (30).
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UPA da Vila Prado em São Carlos tem vários pacientes esperando por vaga de internação.
Vitor Diagonel/EPTV
“Pelo raio-x dele, ele está com o pulmão bem machucado e precisa de uma internação. O médico quis dar alta para ele porque não tem vaga [para internação], mas não tem como levar ele para casa por falta de atendimento. Eu queria levar ele para casa porque ele está bem e não porque não tem vaga de internação”, disse.
Segundo a família, está sendo estudada a transferência dele para o hospital de Américo Brasiliense.
Angustiada com a situação do seu pai também está a professora Larissa Ribeiro. Desde que ele enfartou em 13 de abril, ela vive em unidades de saúde.
“Veio para a UPA foi transferido para Santa Casa, onde ficou uma semana intubado na UTI. Depois ficou na enfermaria tratando água no pulmão e uma infecção nos rins. Ele teve alta mesmo tendo febre, com diarreia e desidratação. Quando chegou em casa, ele passou mal, caiu, cortou a boca, está com ponto, trouxemos de volta à UPA, foi avaliado e colocaram no CROSS [Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde] para ir para a Santa Casa e faz dois dias que o meu pai continua no mesmo estado aqui [na UPA], aguardando o CROSS, falam que não tem vaga para ele daqui a pouco vão acabar dando alta”, relatou.
Falta de vagas pediátricas
O mecânico industrial Reginaldo Filho Lima Santana passou momentos de angústia até conseguir uma vaga de internação para o filho de 3 anos
Ely Venancio/EPTV
A situação do atendimento infantil é a mesma da adulta. Não há vagas nas alas pediátricas da cidade.
O filho de 3 anos do mecânico industrial Reginaldo Filho Lima Santana precisou esperar mais de um dia para conseguir uma vaga de internação no Hospital Escola para tratar problemas respiratórios.
“Ele estava cansado, pulmaozinho fraco, a gente levou ele na UPA do Cidade Aracy, aí a médica falou que não conseguia dar oportunidade para tratamento dele lá e abriu solicitação para transferir para o hospital escola”, afirmou.
Ele passou por momentos de angústia até ver o filho tendo atendimento adequado.
“O médico fala que não tem condições de dar tratamento, o filho fica lá, todo mundo fica preocupado em uma situação dessas”, disse.
A Secretaria Estadual de Saúde disse que não há indícios de superlotação nos hospitais da região. O Hospital Universitário não retornou os questionamentos da reportagem. Em entrevista à EPTV, afiliada da Rede Globo, na terça-feira (30), o diretor técnico da Santa Casa, Roberto Muniz, reconheceu a dificuldade de internação e disse que a situação era reflexo do aumento de doenças respiratórias nesta época do ano (veja abaixo).
Ala pediátrica da Santa Casa de São Carlos está lotada
Época do ano favorece casos graves
Problemas respiratórios vêm crescendo nas últimas semanas. O Centro de Vigilância Epidemiológica do estado informou que até 22 de abril, foram registrados 1.760 casos de síndrome respiratória aguda grave por vírus sincicial respiratório, sendo que houve 198 mortes.
De acordo com o pediatra Paulo Scalli, os casos de doenças respiratórias começaram mais cedo esse ano e já são cerca de 30% a mais do que no mesmo período do ano passado.
Ele orienta que pais fiquem atentos aos seguintes sintomas nas crianças:
desconforto respiratório
cansaço
tosse
engasgo
“De abril até agosto tem que ficar muito atento. Esse vírus produz um quadro similar com resfriado que vai adentrando o sistema respiratório da criança que vai ficando congestionado e se a criança apresentar esses sinais deve ser procurado atendimento”, orientou.
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