Prefeita de Pelotas orienta moradores a deixarem suas casas diante de risco de enchente

Vila dos Pescadores, em Tapes, distante cerca de 200 quilômetros de Pelotas, fica às margens da lagoa dos Patos

Vila dos Pescadores, em Tapes, distante cerca de 200 quilômetros de Pelotas, fica às margens da lagoa dos Patos – Divulgação – 26.set.23/Prefeitura de Tapes

Nível da lagoa dos Patos e do canal de São Gonçalo, que margeiam a cidade, deve subir nos próximos dias
A Prefeitura de Pelotas, no Rio Grande do Sul, orientou moradores de ao menos 14 pontos da cidade a deixarem suas casas nos próximos dias diante do risco de enchente nos próximos dias, quando é esperado aumento do nível de água da lagoa dos Patos e do canal de São Gonçalo, que margeiam o município.
Em live transmitida nas redes sociais na manhã desta terça-feira (7), a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) divulgou um mapa com manchas vermelhas nos bairros que devem ser atingidos pelas cheias. O estado vive emergência há mais de uma semana que já provocaram 90 mortes e afetaram 362 dos 497 municípios gaúchos.
Há previsão de tempestade para o sul do estado nesta terça, no Chuí, Rio Grande e Pelotas, com possibilidade de chuvas intensas e vento forte.
Para elaborar o mapa, a prefeita explicou que foram feitos estudos com base na enchente histórica que afetou o estado em 1941. “Naquele ano, a água chegou até a calçada do prédio da Alfândega, isso daria 2,90 metros [acima do nível]. A partir dessa projeção, fizemos parâmetros com réguas na lagoa dos Patos e no canal São Gonçalo e projetar o que aconteceria”, disse.
Segundo ela, a cheia esperada nos próximos dias em Pelotas deve repetir os parâmetros de 1941 “com um pouco mais de intensidade”. “Teremos 40 centímetros acima do limite de 1941”, continuou.
Na época, o nível da água na cidade subiu cerca de 3 metros. Na última medição, feita às 9h desta terça, a água da lagoa estava 2,10 metros acima do normal, e no canal, 2,34 metros.
Entre as áreas mapeadas como arriscadas, estão a Colônia de Pescadores, parte do bairro Laranjal (balneário de Santo Antônio e Valverde), o entorno do parque Una e da rua das Traíras, além dos distritos de Navegantes, Marina Ilha Verde e Fátima. O cais do Quadrado e Doquinhas também estão na lista.
As residências no final da rua Osório e no início da avenida Doutor Augusto Simões Lopes também correm risco, segundo a prefeita, além do condomínio Parques de São Gonçalo e do Pontal da Barra.
“Nós definimos áreas onde vamos ter mais atenção e pedir para a população dessas áreas para deixar suas casas”, disse a prefeita. “A natureza está nos dando uma oportunidade, estamos vendo as águas subirem, mas com lentidão.”
A cidade de Pelotas fica ao sul de Porto Alegre. Em comum, os dois municípios são margeados pela lagoa dos Patos, onde deságua parte do fluxo do Guaíba, que está mais de 5 metros acima do nível normal. Com a previsão de chuvas fortes, o aumento do volume da lagoa também aumentará no Guaíba, piorando a situação da capital gaúcha, já embaixo d’água.
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