Pesquisa mapeia cidades de onde saíram os mais de 4 mil atletas que já defenderam o Brasil nas Olimpíadas

À exceção do Tocantins, todos os 25 estados e o DF produziram algum competidor que representou o país nos jogos. No total, 440 cidades brasileiras formaram atletas olímpicos. Pesquisa mapeia cidades de onde saíram os mais de 4 mil atletas que já defenderam o Brasil nas Olimpíadas
Uma pesquisa da Universidade de São Paulo mapeou as cidades de onde saíram os mais de 4 mil atletas que já defenderam o Brasil nos Jogos Olímpicos.
Pedro Henrique Gonçalves, o Pepê, vai representar o Brasil na canoagem slalom pela terceira vez nas Olimpíadas e marcou na pele o início de tudo.
O punhado de números são coordenadas geográficas que apontam para um polo formador de talentos do esporte nacional: Piraju, no interior do estado de São Paulo, uma cidade com pouco mais de 30 mil habitantes, cortada pelo Rio Paranapanema, com condições especiais pra prática da canoagem. Da região já saíram quatro atletas olímpicos.
“A coisa principal é você se apaixonar pelo esporte. Eu acho que esse rio permite isso, sabe? Você estar todo dia se desafiando, entrando na água para brincar, para conhecer seu esporte de uma forma lúdica”, afirma Pepê.
Outras cidades também foram importantes para o desenvolvimento de esportistas, por isso pesquisadores da Universidade de São Paulo desvendaram de onde vieram e como se formaram os mais de 4.200 atletas que representaram o Brasil em mais de 100 anos de Olimpíadas.
À exceção do Tocantins, todos os 25 estados e o Distrito Federal produziram algum competidor que representou o país nos jogos. No total, 440 cidades brasileiras formaram atletas olímpicos.
“Sem se que saiba de onde vem esses atletas, não se pode ter centros de treinamento, preparação de técnicos para atuar junto aos atletas e formar toda essa rede que leva desde a base até um atleta olímpico”, explica Katia Rubio, do núcleo de estudos olímpicos.
O handebol, por exemplo, é forte em Santa Catarina. A Bahia se tornou um celeiro de boxeadores. No Paraná, o terreno é fértil para a ginástica rítmica. Assim como as águas do Rio de Janeiro são essenciais para a vela.
Quem cria essa cultura esportiva são pessoas, como o professor de educação física Paulo Batista, de 84 anos.
“Quem quer jogar bem tem que treinar muito. Treinar muito bem!”, orienta ele.
O Rio Grande do Sul revelou 12% dos atletas que representaram o Brasil no vôlei em Olimpíadas e muitos deles ouviram em Porto Alegre os ensinamentos do Paulo Batista, como os medalhistas Renan Dal Zotto, prata em 1984; e Paulão, ouro em 1992.
“Precisa ter paixão, ser apaixonado pelo voleibol para apaixonar aquele que vai treinar”, diz.
Como paixão não envelhece, Batista segue na ativa, garimpando talentos. Com a força da tradição é mais fácil enxergar o futuro.
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