Casas e apartamentos também estariam sendo invadidos pelos bichos. Porto-alegrenses disseram à reportagem estar amedrontados com a possibilidade de contrair doenças.
Procurada para falar sobre o tema, a Prefeitura de Porto Alegre não se manifestou até a publicação deste texto.
“Estou trancando tudo. Tenho criança em casa e muito medo de entrar bicho aqui”, disse Giulia Gotti, 32, moradora do bairro Santa Cecília. “A situação já está ruim o bastante.”
O Rio Grande do Sul chegou nesta segunda à marca de 85 mortes em decorrência das fortes chuvas que atingem o estado.
Em meio à pior tragédia climática já vista no estado, com todos os serviços básicos afetados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o governo vai destravar obstáculos da burocracia para garantir o socorro às vítimas e prometeu ações de longo prazo.
Em viagem ao Rio Grande do Sul pela segunda vez em uma semana, neste domingo, Lula anunciou a criação de um “plano de prevenção de acidente climático” após sobrevoar áreas afetadas.
“É preciso que a gente pare de correr atrás da desgraça. É preciso que a gente veja com antecedência o que pode acontecer de desgraça”, afirmou o presidente. O plano de prevenção, segundo Lula, deverá ser desenvolvido pela ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima).
As aulas foram suspensas nas 2.338 escolas da rede estadual, e quase 200 mil alunos foram impactados. Ao menos 278 escolas tiveram sua estrutura danificada pelas chuvas.
A previsão é que nesta semana a temperatura caia no Rio Grande do Sul. Existe a expectativa da chegada de uma frente fria nesta quarta-feira (8), e em algumas regiões os termômetro podem marcar mínima de 10°C. As baixas temperaturas podem deixar ainda mais dramático o cenário no estado, especialmente de moradores que ainda aguardam resgate.
SITUAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL APÓS CHUVAS
- 85 mortes
- 134 desaparecidos
- 339 feridos
- 1.178.226 pessoas afetadas
- 47.676 desabrigados (quem teve a casa destruída e precisa de abrigo do poder público)
- 153.824 desalojados (quem teve que deixar sua casa, temporária ou definitivamente, e não precisa necessariamente de um abrigo público –pode ter ido para casa de parentes, por exemplo)