Maternidade e carreira: conheça histórias de mães que conciliaram o amor entre filhos e profissões


Uma mãe enfermeira e uma delegada: duas pessoas que dividem a maternidade com o trabalho para ajudar a sociedade. Enfermeira Karla Reis e delegada Raíssa Beleboni
Reprodução
A maternidade é o sonho de muitas mulheres, mas, quando se trata em conciliar a maternidade e o trabalho são grandes os desafios a serem enfrentados pelo caminho. Nesta reportagem, o g1 Santarém e Região conta as histórias de duas mulheres: uma enfermeira que dividiu os plantões e os cuidados com os filhos, e uma delegada, que em meio às operações policiais conseguiu se reencontrar ainda mais na profissão, após a maternidade. Confira:
Conciliação entre maternidade e carreira na enfermagem
A enfermagem é uma profissão que exige dedicação integral no cuidado com o outro, mas para Karla Reis, enfermeira do trabalho, a jornada vai além dos plantões e dos cuidados hospitalares. Com dois filhos, Karla encara muitos desafios para conseguir conciliar a maternidade com uma carreira exigente.
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Mãe de uma jovem de 21 anos e de um menino de seis anos, Karla tem paixão tanto pela enfermagem quanto pela maternidade. Ela afirma ter nascido para ser mãe, mas também para ser enfermeira, considerando sua profissão como uma das coisas mais importantes em sua vida.
Karla Reis e os dois filhos
Arquivo pessoal
A enfermeira conta que já foram muitas as dificuldades enfrentadas ao tentar equilibrar os cuidados com os pacientes nas UTIs e emergências com o tempo que precisava dedicar aos filhos. Muitas vezes, ela precisava ficar dias sem ver sua filha mais velha devido aos plantões intensos. No entanto, ele teve o apoio fundamental de seu esposo para enfrentar e vencer esses desafios.
“Muitas vezes eu deixava de ver minha filha mais de dois dias, pois eu estava nas UTIs, estava trabalhando nas urgências e emergências, nas ambulâncias. Por esse motivo eu não conseguia chegar em casa. Porém, eu sempre tive apoio do meu esposo, que me ajudou muito também. Mas, mesmo chegando em casa cansada, eu tirava aquele tempinho pra ela”, contou.
Após 15 anos da primeira gestação, Karla deu à luz seu filho mais novo, Carlos Manoel. A chegada do bebê coincidiu com o período da pandemia, o que exigiu cuidados redobrados para proteger a família do vírus. Mesmo com os desafios, Karla encontrou maneiras de conciliar o trabalho na empresa com os cuidados maternos.
Enfermeira com função de mãe, e agora eu estou trabalhando por conta própria em uma clínica. Minha filha cursa medicina e ela me ajuda na clínica desde criança. Ela sempre foi envolvida pela área da saúde, porque eu levava ela para sala de aula para poder sempre estar perto dela”, contou.
Karla destaca que é importante ouvir seus filhos e incentivar seus interesses. Segundo ela, isso contribuiu para a escolha da filha por uma carreira na área da saúde. Ela afirma que tem orgulho por ser mãe e enfermeira, ressaltando que, apesar dos desafios, é possível conciliar ambas as responsabilidades com amor, atenção e dedicação.
A maternidade e a carreira policial
Delegada Raíssa Beleboni nas suas duas principais funções
Arquivo Pessoal
Duas realidades distintas que se entrelaçam na vida da delegada Raíssa Beleboni. Ao g1, ela contou sua história, revelando os desafios e as emoções de conciliar esses dois papéis tão exigentes.
Raíssa ingressou na polícia há quase oito anos, mergulhando de cabeça em uma profissão que sempre a motivou. No entanto, sua jornada rumo à maternidade foi mais longo.
“Eu demorei um tempo para virar mãe. A maternidade veio e eu já tinha uns 8 anos de polícia. Fiquei afastada somente durante o período da licença, realmente. Eu gosto muito do que eu faço. E era muito importante que eu me reencontrasse também na esfera profissional”, contou ela, destacando que a decisão veio após já ter consolidado sua carreira.
O retorno ao trabalho após a licença maternidade foi um marco importante, mas também um período desafiador. “Eu não juntei a licença com férias, não pedi outras licenças, porque voltar para mim era muito importante”, disse Raíssa.
Ela descreve a dificuldade de se reconectar com sua identidade profissional após a chegada do filho.
“É um processo demorado. Eu acho que eu demorei uns 10 meses para me sentir a profissional que eu era antes”, confessou.
Segundo a delegada, é complexo conciliar as demandas da carreira policial com a maternidade, ao mesmo tempo, ela considera que é importante se sentir realizada tanto na vida profissional quanto na pessoal. “Cada dia é uma aventura diferente. Não é fácil, mas é extremamente prazeroso”, avaliou.
A chegada da maternidade trouxe consigo uma sensibilidade renovada para Raíssa, especialmente em seu trabalho com mães vítimas de crimes ou de filhos que cometem crimes.
Ela relatou como a experiência com a maternidade a tornou uma profissional ainda mais empática e compassiva.
“Na maior parte da minha carreira, eu trabalhei com homicídios. Então, eu atendi as mães, supunha a dor que elas estavam sentindo, mas eu não tinha como me colocar exatamente no lugar delas. Depois que a gente vira mãe é diferente. Então, a dor de uma outra mãe atinge a gente de uma outra forma. Acho que isso me tornou uma profissional melhor”.
A rede de apoio desempenha um papel fundamental na vida de Raíssa, que, sendo paulista, não tem familiares próximos em Santarém. Ela expressa gratidão pelas duas pessoas que a auxiliam em casa, permitindo-lhe focar em seu trabalho com tranquilidade.
“A rede de apoio faz a maternidade da gente ser mais leve”, afirma ela, lembrando da importância de confiar nos cuidadores para garantir o bem-estar do filho.
Por outro lado, Raíssa reconhece os desafios do autocuidado, especialmente para as mães que permanecem em casa.
“Estar feliz faz a gente uma mãe melhor. É preciso que a gente encontre tempo para se cuidar, para ficar bem, se sentir bonita, mesmo em meio às responsabilidades da maternidade e da carreira”, finalizou.
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