Ibama destrói pista de pouso clandestina na Terra Yanomami


Pista destruída estava na região do Samaúma, no município de Alto Alegre. Desde o início do ano, o Ibama já apreendeu 14 aeronaves usadas para abastecer o garimpo ilegal. Pista de pouso clandestina na Terra Yanomami é destruída pelo Ibama.
Ibama/Reprodução
Uma operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) destruiu nessa sexta-feira (3) ao menos uma pista de pouso clandestina usada por garimpeiros ilegais na Terra Indígena Yanomami.
A ação aconteceu na última noite na região do Samaúma, no município de Alto Alegre ao Norte de Roraima, uma das rotas para chegar ao garimpo ilegal.
Imagens mostram uma retroescavadeira destruindo ao menos uma pista clandestina. O objetivo da ação é interromper o fluxo de apoio logístico a atividade garimpeira por meio aéreo, o mais utilizado para se chegar ao território de regiões de difícil acesso.
Aeronave apreendida pelo Ibama na Terra Yanomami.
Ibama/Reprodução
Além dessa, outras pistas clandestinas distribuídas pela Terra Yanomami deveriam ser inutilizadas nos próximos dias. Mas, devido a ameaças de garimpeiros, as ações devem ser reagendadas.
Desde o início deste ano, o Ibama já apreendeu 14 aeronaves usadas para abastecer o garimpo ilegal no território indígena. Só em 2023, as ações do governo federal, com apoio do Ibama, resultaram na destruição de 39 aviões.
A Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil em extensão territorial e enfrenta uma crise sem precedentes devido ao avanço do garimpo ilegal, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa.
A invasão do garimpo ilegal no território cresceu quase 20 mil vezes entre 1985 e 2022, em 37 anos. Atualmente, 3.278 hectares do território foram invadidos pela atividade ilegal — 3,4% do território, que tem 9,6 milhões.
Operação Catrimani II destrói acampamento de garimpo ilegal na Terra Yanomami.
Ministério da Defesa/Divulgação
Nos últimos cinco dias, a Operação Catrimani II, coordenada pelas Forças Armadas, destruiu dois acampamentos e materiais de apoio usados por garimpeiros ilegais dentro da terra indígena.
As ações ocorreram nas proximidades do Rio Couto Magalhães. Os militares encontraram e destruíram dispositivos de comunicações utilizados para auxiliar pousos e decolagens de aeronaves nas pistas clandestinas.
Além disso, oito motores, duas motobombas, dois geradores, duas motosserras, uma espingarda, um servidor de internet, um motor de embarcação, quatro refletores para trabalhos noturnos, 200 metros de mangueiras também foram inutilizados.
Terra Indígena Yanomami
A Terra Yanomami está em emergência de saúde desde janeiro de 2023, quando o governo federal começou a criar ações para atender os indígenas, como o envio de profissionais de saúde e cestas básicas. Além de enviar forças de segurança a região para frear a atuação de garimpeiros.
Mesmo com o enfrentamento, um ano após o governo decretar emergência, o garimpo ilegal e a crise humanitária permanecem na região.
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O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) estima que cerca de sete mil garimpeiros ilegais continuam em atividade no território. O número de invasores diminuiu 65% em um ano, se comparado ao início das operações do governo federal, quando havia 20 mil invasores no território.
Em março deste ano, 600 indígenas, entre pacientes e acompanhantes, estavam vivendo na Casa de Saúde Indígena Yanomami (Casai), na capital Boa Vista. O local recebe os indígenas que estão com doenças mais graves e precisam receber atendimento de saúde dos hospitais na capital.
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