Conheça igreja no interior de SP que guarda maior acervo sacro de Candido Portinari


Igreja Matriz do Bom Jesus da Cana Verde, em Batatais (SP), reúne as 14 obras do artista em alusão à Via Sacra. Conheça a relação dele com a cidade e paróquia, e veja quais são os quadros. A Igreja Matriz Bom Jesus da Cana Verde, em Batatais, SP, abriga acervo sacro de Candido Portinari
Érico Andrade/g1
É em Batatais (SP), especificamente na Igreja Matriz do Bom Jesus da Cana Verde, onde está guardada a maior coleção de acervo sacro do artista Candido Portinari.
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Localizada na Praça Cônego Joaquim Alves, a paróquia foi projetada na década de 1920, mas concluída apenas em 1953, exatamente quando começou a receber as obras de Portinari. Desde 2021, o local é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Na mesma praça, foi inaugurado em 1930 o Palacete Monsenhor Joaquim Alves Ferreira. Junto com a Igreja Matriz, o conjunto tinha como objetivo trazer para Batatais o novo bispado, que seria desmembrado de Ribeirão Preto (SP).
No entanto, em 1929, Franca (SP) foi escolhida para sediar a nova Diocese, já que a estrutura necessária em Batatais ainda estava sendo construída.
Mas qual é a relação de Portinari com Batatais?
Depois de colecionar amizades em Batatais, Candido Portinari escolheu se batizar na igreja da cidade.
RAÍZES DE PORTINARI
Além disso, foi perto dali, em Brodowski (SP), onde o artista nasceu, morou na infância e realizou experiências com pinturas murais e se aprofundou na técnica.
Inclusive, as obras da igreja em Batatais foram produzidas em Brodowski, em meados de 1952, e inauguradas em março de 1953. Já em agosto do mesmo ano, Portinari concluiu a Via Sacra para integrar o conjunto de telas.
Uma das 14 estações da Via Sacra produzidas por Portinari expostas em igreja de Batatais (SP)
Érico Andrade/G1
As obras
Ao todo, a Igreja Matriz de Batatais abriga 28 obras de Portinari, sendo 14 quadros representando a Via Sacra, além de cinco quadros do Bom Jesus da Cana Verde, quatro de Nossa Senhora de Aparecida e cinco invocando cenas bíblicas.
Veja abaixo as 14 obras do acervo sacro, em alusão a todas as estações da Via Sacra, onde são relembrados os martírios de Jesus Cristo durante a penitência:
Jesus É Condenado à Morte
Jesus Carrega a Cruz às Costas
Jesus Cai pela Primeira Vez
Jesus Encontra Sua Mãe
Simão Cireneu Ajuda Jesus a Levar a Cruz
Verônica Enxuga o Rosto de Jesus
Jesus Cai pela Segunda Vez
Jesus Consola as Mulheres de Jerusalém
Jesus Cai pela Terceira Vez
Jesus É Despojado de Suas Vestes
Jesus É Pregado na Cruz
Jesus Morre na Cruz
Jesus É Descido da Cruz
Jesus É Depositado no Sepulcro
Da 1ª à 10ª:
As 10 primeiras obras da Via Sacra, de Candido Portinari, da esquerda para a direita: Jesus É Condenado à Morte; Jesus Carrega a Cruz às Costas; Jesus Cai pela Primeira Vez; Jesus Encontra Sua Mãe; Simão Cireneu Ajuda Jesus a Levar a Cruz; Verônica Enxuga o Rosto de Jesus; Jesus Cai pela Segunda Vez; Jesus Consola as Mulheres de Jerusalém; Jesus Cai pela Terceira Vez; e Jesus É Despojado de Suas Vestes
Arte/g1
Da 11ª à 14ª:
As 4 últimas obras da Via Sacra, de Candido Portinari, da esquerda para a direita: Jesus É Pregado na Cruz; Jesus Morre na Cruz; Jesus É Descido da Cruz; e Jesus É Depositado no Sepulcro
Arte/g1
Reforma e restauro
Ao longo dos anos, a igreja passou por ao menos dois episódios em que todo o acervo ficou sob risco de ser perdido.
O primeiro deles ocorreu em agosto de 1998, quando um princípio de incêndio após um curto-circuito ameaçou a matriz. O local passou por reforma e, cerca de quatro meses depois, em 19 de dezembro daquele, foi reinaugurado.
Mais recentemente, em 2013, foi confirmado o restauro do acervo sacro, que corria o risco de perecer por infiltrações e cupins.
A confirmação ocorreu depois de a Justiça Federal exigir a comprovação da contratação das obras em 30 dias, em resposta a uma ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF) pela preservação do acervo.
Depois de dez meses de restauração, as 28 obras da coleção voltaram a ser expostas.
O altar da Igreja Matriz Bom Jesus da Cana Verde guarda obras de Candido Portinari, em Batatais, SP
Érico Andrade/g1
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